segunda-feira, 8 de outubro de 2018

O RETORNO        Parafraseando o poeta, "depois de um longo e tenebroso inverno..." retorno a este    blogger, inspirado que sou pelo que é bom e duradouro. Pelo que deve ser dito, apreciado e valorizado. Refiro-me  à mais erudita forma cultural, seja na música, na poesia, nas artes plásticas, enfim em toda e qualquer  manifestação da beleza. E lembro-me, como sempre o faço, do emérito filósofo Moacyr Laterza afirmando ser arte, o que emociona.E, emocionar, é arrebatar a sensibilidade, jogando-a  à extasia, palavra que sabiamentre explorava para exprimir o indefinível, o que não se define  falando, mas o que vai à mais  profunda estratificação da alma...Deixo de lado  o prólogo, entrando no assunto que  tanto me  empolga. Refiro-me a dois poetas das nossas plagas montanhesas.Ambos ornamentados da sensibilidade que lhes tem sido peculiar, sem quaisquer pretensões, senão a única e exclusiva de colocar o próprio coração  em sua obra.Estou falando de um dos príncipes da nossa literatura. Um jovem encantador, capaz de ornamentar avida, pela  grandeza  de um verve lírica e romântica, a qual ele adota e comprova  valor.A referência é para PETRÔNIO SOUZA GONÇALVES,em "Braço de rio,pedaço de mar"
          Já se foi no tempo o que me parecia presente e eterno.Só no jornal "Hoje em Dia"muito,deixei  da minha vida, contemplado por críticas ali publicadas.Esgotaram-se os méritos pela sanha de um redator recém chegado." ... o que você escreve, não se usa mais".Eis a sentença prolatada de martelo cruel contra o meu ideal.De um ideal fomentado, em que os artistas o alimentam com manifestações, tais como esta  que tanto me empolga,oferecida pelas mãos de Petrônio. No mesmo diapasão de beleza, reaparece MARA VALENTINA, tão valente como maravilhosa.Desta vez,  em "Teresinha", numa ode à mais santa das santas,envolvendo  letras musicais e arrebatadora  correlação  a sua própria inspiração. Páginas de inexpugnável soberania, em que a escritora reedita intelectualidade vernacular.Que transforma verbetes em notas musicais,tangentes ao Criador!

O PALÁCIO DAS ARTES,UMA DAS RAZÕES DA MINHA VIDA- o nosso teatro lírico que desde a minha adolescência, chamava-me a atenção, por suas inacabadas estruturas em ruínas,na promessa de um grandioso palco.E, deveras,o sonho se concretizou, graças ao governador de Minas dr.Israel Pinheiro e ao saudoso engenheiro e cantor Pery Rocha França.Inaugurado em l970, salvo engano, sempre se destacou nacionalmente por suas montagens  de  famosas óperas, grandiosos concertos sinfônicos e o balé.

Dias atrás, após tanto tempo ausente, fui levado por minha neta para assistir a uma aparesentação de bailarinos russos. Qual foi a minha decepção! Uma provinciana encenação, em desacordo com a importância  daquele nobilíssimo espaço, marcou suprema decadência. Tudo muito pobre, sob o som de um desarticulado sistema de gravação sem nenhuma remasterização, irritando os mais  embrutecidos  ouvidos.Esperava-se uma orquestra, como ocorre nos teatros do gênero. Algo, deveras, abaixo de quaisquer das mais execráveis críticas.Ademais maltratado, com as poltronas e tapetes manchados, o templo da música erudita, parecia abandonado... Lamentavelmente, ainda, um espetáculo  improvisado, de péssima concepção  e iluminação da pior qualidade.Os jovens  instérpretes, de nacionalidade russa, longe estiveram  do mínimo que deles pudéssemos esperar. Ao que tudo demonstraram, não passam de estagiários de  alguma escola, ligada a algum teatro qualquer da velha Rússia.

 

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