Com o imprescindível
auxílio do meu filho José Emílio, estou criando esta página, motivado por
notáveis representantes da música erudita e popular. Ocorre que, durante várias
décadas,assinei colunas e reportagens em diversos jornais de Belo Horizonte,
com o propósito de reconhecer nossos intérpretes, aos quais enderecei críticas
construtivas.Assim, asseguro-me haver contribuído em prol do nosso
engrandecimento cultural. Numa pretensiosa extensão, da mesma forma, teci
comentários sobre as artes cênicas do teatro de prosa e congêneres.
Difícil, senão
impossível, registrar os nomes de tantos quantos homenagearam-me, lendo
minhas matérias. Algo que considero gratificante, conhecedor que sou das
agruras pelas quais um intérprete atravessa em sua carreira. Refiro-me,
para exemplo, a minha saudosa irmã Maria Helena Buzelin, das mais aclamadas
cantoras líricas pátrias. E devo dizer que muito me incentivou,vendo-a superar
dificuldades e acabar vencedora! Daí o meu respeito e o carinho aos que se
dedicam à música e ao teatro.
A minha formação
profissional pouco tem a ver com o crítico que me tornei, por amor. Economista
e advogado, encontrei na UFMG o mais sólido sustentáculo de uma formação
acadêmica que me propiciou exercer funções no Ministério Público de Minas
Gerais e na então Secretaria de Estado do Planejamento e Coordenação Geral,
hoje Seplag-MG.
Todavia, a
imprensa cativou-me desde a minha adolescência. Época em que conheci o emérito
João Etiènne Filho, no extinto "O Diário" reconhecedor da minha
vocação , ajudando-me demasiadamente, sobretudo na correção de textos que os
enviava ao seu elevado critério de redator-chefe do aludido jornal.
Mais tarde, com o
beneplácito de jornalistas consagrados como Antônio Tibúrcio,Ney Octaviano
Bernis, Geraldo Magalhães, Anna Marina Siqueira e outros amigos dos Diários
Associados, tive a oportunidade de publicar comentários artísticos no jornal
"Estado de Minas". No mesmo sentido, Lamartine Godoy, contemplou-me com
um nobre espaço no jornal "O Globo", através da Sucursal em Belo
Horizonte.Motivado pelo admirável José Palhano Jr., José Costa, homem de
fascinante personalidade e cultura,convidou-me para compor a equipe de
articulistas e repórteres do Jornal de Casa.
De lá até há
pouco tempo, permaneci por quase 30 anos, no jornal "Hoje em
Dia",onde amealhei grandes amizades tais como Roberto Mendonça, Anemeri
Soares, Bill Falcão, Patrícia Cassese, os saudosíssimos Alécio Cunha e Marcelo
Rios. Ainda admiráveis jornalistas como Sandra Nascimento,Roberta
Moreira, Viviane Moreno,Fábio Leite, Silvana Arantes,enfim, incomensurável
lista de autênticos representantes da comunicação social no Brasil. Vale
lembrar que o meu primeiro trabalho como repórter,ocorreu graças ao grande
jornalista Paulo Quintino dos Santos,na Revista "Comércio &
Indústria", de memorável saudade.
Perguntam-me a
razão pela qual não mais participo das páginas do Hoje em Dia. Algo que não sei
responder, porque jamais me foi dita a razão de tudo isto. Entendo que a vida é
mutável e, neste sentido, devemos ser dóceis em relação a nós mesmos.
Enfim, aqui
estarei para falar do que gosto. Para abordar temas culturais, com objetivos
sempre favoráveis às conquistas que hão de permanecer na história, notadamenete
da música, seja ela erudita ou popular.Jamais popularesca, infelizmente
assumindo proporções de deseducação artísticas inusitadas. Disto falarei com
frequência, respaldado pelo interesse dos que aspiram a aculturação social,
através das artes.
Encerro esta página inaugural,
reproduzindo o que, um dia, ouvi da consagrada Bibi Ferreira, numa entrevista
no Palácio das Artes. "O que é cultura?" Alguém indagou. Ela, sem
nenhum esforço, num discurso lúcido de excelente manifestação vernacular,
respondeu, se bem me lembro: "...cultura é tudo o que se faz
corretamente,segundo os mais puros princípios da ortodoxia, em todos os
segmentos da atividade humana. E, arte, é a mais expressiva manifestação da
cultura.Ou a sua quintessência.Assim como a cultura é a identificação
social, a arte é o espelho desta identidade".
Queira Deus que eu possa dar
prosseguimento a um empreendimento que edifico por vocação: comentar o trabalho
dos nossos intérpretes, em geral.
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