quinta-feira, 10 de agosto de 2017

MARTA NITCHAUSE

Há muitos anos.No Pampulha Iate Clube, numa das mais apreciáveis atrações promovidas por Palhano Jr., Marta Nitchause, de límpida voz, encantava, na medida em que interpretava páginas líricas.De expressiva aparência, muito bonita, conquistou o público que a ovacionou.Nascia, ali, uma estrela, cujo brilho ficou na minha memória de crítico.Dediquei-lhe páginas de elogios.Empolguei-me na promessa do engrandecimento cultural destas plagas,profetizando-lhe grandiosa carreira. Empenhada para a música, pouco ou nenhum valor terá dado à fama,valendo-se de edificantes propostas, integrante que é do Coral Lírico de Minas Gerais,abdicando-se dos seus  brilhantes solos.Assim cresceu ainda mais no meu conceito.Pude, adiante, conhecê-la melhor,surpreendendo-me com o seu delicado coração capaz de se dedicar ao próximo.Ela venceu intempéries, sobrepujando limitações em busca de soberano patamar de um caráter singular.
Ligo a TV e posso revê-la através da Rede Minas, ainda mais bela.No mais elevado discurso, de primorosa versatilidade, o nosso idioma fluía claro, erudito, pleno.Mais pleno , todavia, o projeto que empreende formando cantores, dentro de uma  penitenciária, na busca da recuperação humana, de tantos quantos talvez ali estivessem penalizados pela própria culpa,  ávidos de retornar à liberdade, mediante novos e saudáveis propósitos.
Fez-me lembrar Nelson Hungria, talvez o mais cogitado dos criminalistas do direito positivo brasileiro, de renome internacional por seu senso humanitário, crédulo do perdão.Quando o perdão se faz  procedente...Aluno que tive a honra de ser do professor Lídio Bandera de Mello, bem como do emérito procurador de justiça Jason Albergaria,que tantos tratados assinam sobre o cárcere, como meio de recuperação que deveriam ser...
Marta cumpre tal predestinação, cultivando a divina arte, capaz de tornar melhor infelizes criaturas,na convicção de que o amor pode mais.E pode mesmo!
Já nem me emociono por muitas coisas.Até mesmo a ópera não me fala, como um dia me arrebatou! Lágrimas, considero-as desnecessárias, às vezes apelativas.Mas Você, Martinha, na singeleza da sua nobilíssima missão de voluntária cristã, fez-me molhar a face, há tanto tempo desidratada, quiçá pelo descrédito que a vida pode nos proporcionar... Loas para Você!

O RETORNO        Parafraseando o poeta, "depois de um longo e tenebroso inverno..." retorno a este    blogger, inspirado que sou p...